“Invisibility” as a mirror of civilizational malaise: the rise of the homeless population and their fights for recognition in Brazil

Sonia Fleury Doctor of Political Science. Senior Researcher, Centro de Estudos Estratégicos, Fundação Oswaldo Cruz. Coordinadora, Dicionário de favelas Marielle Franco, Rio de Janeiro, Brazil.
Received: 22 November 2025, Accepted: 4 December 2025, Published: 10 December 2025 Open Access
Article views
48
Metrics Loading ...

Abstract


The rise in the population experiencing homelessness has become one of the defining social contradictions of our time. In Brazil, this increase persists even in the face of positive outcomes from economic and social assistance policies aimed at reducing poverty, underscoring the phenomenon’s multicausal nature. The essay reconstructs the historicity of the dispositifs of normalization, governmentality, and counter-right, showing how bare life is actualized in territories where the state of exception operates as rule. Building on this foundation, it analyzes the multiple dimensions — economic, political, racial, security-related, and care-related — that converge in the growth of homelessness in Brazil, emphasizing the structural production of expropriation, precarization, and wounded subjectivities; while also highlighting the creative and political vitality of favelas and peripheral territories, the emergence of insurgent citizenships, and forms of territorial self-governance that challenge the neoliberal order. Finally, it proposes care, solidarity, and the commons as transformative horizons capable of reorienting the State toward a pedagogical and dialogical model grounded in radical democratization and in the reconstruction of social bonds based on justice, autonomy, and respect for human rights.

Full-text of the article is available for this language: Español.


References


1. Kristeva J. Pouvoirs de l’horreur: Essai sur l’abjection. Paris: Éditions du Seuil; 1980.

2. Rui T. Nojo, humilhação e vergonha no cotidiano de usuários de crack em situação de rua. Anuário Antropológico. 2021;46(3):85-107.

3. Foucault M. Vigiar e Punir: História da Violência nas prisões. Rio de Janeiro: Vozes; 1977.

4. Foucault M. Segurança, território, população. São Paulo: Martins Fontes; 2008.

5. Fleury S. Desigualdades injustas: o contradireito à saúde. Psicologia & Sociedade. 2011;23(Spec):45-52.

6. Fleury S. Estado sin ciudadanos: seguridad social en América Latina. Remedios de Escalada: De la UNLa - Universidad Nacional de Lanús; 2021.

7. Agamben G. Estado de exceção. 2a ed. São Paulo: Boitempo; 2007.

8. Martins L. Estado de Exceção Permanente: o campo e a experiência biopolítica. Sequência (Florianópolis). 2015;(71):177-196.

9. Junges M. Vida nos trilhos: corpos sobreviventes e a resistência que brota da periferia brasileira (Entrevista especial com Paulo Ricardo Barbosa de Lima) [Internet]. 2025 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/ms6ru9ss

10. IHU, Revista del Instituto Humanitas Unisinos. Agamben e a vida nua: produto final da máquina antropológica [Internet]. 2007 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/ynz4fyxz

11. Lourrau R. El Análise Institucional, Buenos Aires: Amorrortu; 1975.

12. Holston J. Cidadania Insurgente: disjunções da democracia e da modernidade no Brasil. São Paulo: Companhia das Letra; 2013.

13. Fleury S. Capitalismo, democracia, cidadania: Contradições e insurgências. Saúde em Debate. 2018;42(Spe 3):108-124.

14. Faria CP, Ferreira T, Baptista RR, Gracie R, Mota P. Geração cidadã de dados. Dicionário de Favelas Marielle Franco Wikifavelas [Internet]. 2025 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/55nsa4y8

15. Fleury S, Menezes P. Pandemia nas Favelas: entre carências e potências. Saúde em Debate. 2020;44(Spe4):267-280.

16. Fleury S. O comum em disputa: uma perspectiva regional. In: Aguilar PL, Hopp MV, Minteguiaga A, Crojethovic M, (coords.). Lo común en jaque: Reconfiguraciones de la cuestión social y la política sociolaboral en América Latina. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Universidad de Buenos Aires, Instituto de Investigaciones Gino Germani; 2025.

17. Catto A. Mais de um terço dos trabalhadores do país recebe até um salário mínimo, diz IBGE. G1 [Internet]. 2025 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/mpdyswut

18. Zanobia L. Brasil amarga vice-lanterna no ranking do salário mínimo da OCDE. Veja [Internet]. 2022 [citado 9 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/2ynccwyc

19. Lameiras MAP. Desempenho recente do mercado de trabalho. Carta de Conjuntura [Internet]. 2025 [citado 8 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/9scxhj2j

20. Abdala V. Informalidade recua no mercado de trabalho em janeiro, diz IBGE. Agencia Brasil [Internet]. 2025 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/4cw7r8t3

21. Renaux P, Pirrho S. Mais de dois milhões de lares saem da insegurança alimentar em 2024. Agência IBGE Notícias [Internet]. 2025 [citado 15 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/5exm8cze

22. Martello A. Dia Nacional da Trabalhadora Doméstica: informalidade e precarização são desafios da categoría. G1 [Internet]. 2025 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/5n8a2kke

23. Habitat para a Humanidade. Mães solo no Brasil: a realidade da pobreza e a ajuda da Habitat [Internet]. 2025 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/muu9sejp

24. Almeida C, Foletto M. Fora do alcance: população em situação de rua cresce, mesmo com recuo da fome e do desemprego. O Globo [Internet]. 2025 [citado 15 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/4ubbmzdy

25. Natalino MA. A população em situação de rua nos números do cadastro único. Rio de Janeiro: IPEA; 2024.

26. Marx K. O Capital: Crítica da Economia Política. Livro Primeiro: O Processo de Produção do Capital. São Paulo: Difel Editorial; 1984.

27. Nun J. Superoblación relativa, ejercito industrial de reserva y masa marginal. Revista Latinoamericana de Sociología. 1969;5(2):180-225.

28. Standing G. O precariado: A nova classe perigosa. Belo Horizonte: Autêntica Editora; 2013.

29. Gomes I, Peters J. Número de trabalhadores por aplicativos cresceu 25,4% entre 2022 e 2024. Agência IBGE Notícias [Internet]. 2025 [citado 18 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/mv975jtm

30. Suppa N. Unemployment and subjective well-being. Global Labor Organization [Internet]. 2021 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/st4vd669

31. Honneth A. Luta por reconhecimento: A gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo: Editora 34; 2003.

32. Oliveria F. Piketty e as desigualdades no capitalismo: colocando alguns pingos nos is na análise de “O capital no século XXI”. Economia e Sociedade. 2021;30(2):415-445.

33. Streeck W. The Crisis of Democratic Capitalism. New Left Review. 2011;71:5-29.

34. Kliass P. O rombo de 1 trilhão de reais. outras Palavras [Internet]. 2025 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/4jn9zzxj

35. Lavinas L, Bertran MP. Dívida e endividamento: o novo normal das famílias brasileiras. Boletim Lua Nova [Internet]. 2023 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/mtyz48fa

36. Mbembe A. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo: N-1 edições; 2018.

37. Ciro E. Por una política anticapitalista sobre drogas. Jacobin [Internet]. 2025 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/3ks37wwa

38. Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco. ADPF 635 - ADPF das Favelas. Dicionário de Favelas Marielle Franco Wikifavelas [Internet]. 2025 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/33rzuukj

39. International Centre on Human Rights and Drug Policy; United Nations Human Rights; UNAIDS; World Health Organization. Diretrizes internacionais sobre direitos humanos e política de drogas [Internet]. 2019 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/2wytyydk

40. Nações Unidas Brasil. Alto Comissário da ONU: “Guerra às drogas destruiu inúmeras vidas e prejudicou comunidades inteiras” [Internet] 2025 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/2xy4w6rw

41. Silva LAM. Sociabilidade violenta: por uma interpretação da criminalidade contemporânea no Brasil urbano. Sociedade & Estado. 2004;19(1):53-84.

42. Fraser N. Capitalismo canibal: como nosso sistema está devorando nossa democracia, o cuidado e o planeta e o que podemos fazer a respeito disso. São Paulo: Autonomia Literária; 2024.

43. Lechner N. Nuestros Miedos. Estudios Sociales, Revista Universitaria Semestral. 1998;VIII(15):149-162.

44. Fleury S. (org.). Cidadania em perigo: Desmonte das políticas sociais e desdemocratização no Brasil. Rio de Janeiro: Edições Livres, Cebes; 2024.

45. Renaut A. A era do indivíduo. Lisboa: Instituto Piaget; 1989.

46. Ribeiro EEM. Liberalismos Identitários. A Terra é Redonda [Internet]. 2024 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/5wv2umyt

47. Holston J. Insurgent citizenship: Disjunctions of democracy and modernity in Brazil. New Jersey: Princeton University Press; 2008.

48. Deleuze G, Guatarri F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Editora 34; 1997.

49. Rui D. A população em situação de rua chega ao Supremo Tribunal Federal: o caminho por direitos e reconhecimento a partir de uma audiência pública – a ADPF 976. Saúde e Sociedade. 2025;34(1):e240706pt.

50. Fleury S, Ouverney A. Gestão de Redes. Rio de Janeiro: Editora FGV; 2007.

51. Singer P. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo; 2002.

52. Rouillé D’Orfeuil H. Finanzas internacionales y solidaridad: hacia una red bancaria mundial y solidaria [Internet]. 2002 [citado 10 oct 2025]. Disponible en: https://tinyurl.com/ycacjvfr

53. Subirats J. El Poder de lo Próximo: Las virtudes del municipalismo. Madrid: Catarata; 2016.

54. Freire P. Pedagogía de la esperanza: un reencuentro con la pedagogía del oprimido. Buenos Aires: Siglo XXI Editores; 1993